Linguagem e Pensamentos na Análise do Comportamento (Parte 1)

Esse vídeo fala sobre a importância da linguagem na atuação clínica, especialmente na terapia verbal, e como a Análise do Comportamento aborda esse fenômeno. O palestrante inicia destacando a onipresença da linguagem em nossas vidas e como a tomamos como garantida, ilustrando com um exemplo de um adolescente surdo aprendendo linguagem de sinais e a transformação que isso causa. Ele discute as diferentes perspectivas sobre a linguagem, desde a visão representacionalista, que a vê como reflexo de pensamentos ou coisas, até a visão instrumentalista, que a entende como ferramenta de comunicação. A Análise do Comportamento se alinha com a segunda visão, considerando a linguagem um comportamento operante social, arbitrário e sem significado intrínseco. A palestra aborda ainda os tipos de comportamento verbal (mandos, tatos, intraverbais e autoclíticos), a ilusão de causalidade da linguagem e como isso se manifesta na clínica, com pacientes presos a padrões verbais que não correspondem às suas ações. Por fim, o palestrante enfatiza a importância de compreender as funções da linguagem na terapia, ao invés de se ater apenas ao conteúdo verbalizado.

[00:00:00 a 00:10:00] Nesse corte: O palestrante cumprimenta o público e introduz o tema da aula: linguagem e pensamentos, destacando sua importância na atuação clínica, especialmente na terapia verbal. Ele explica que o objetivo da aula é discutir como a Análise do Comportamento compreende esses fenômenos. Compartilha um vídeo sobre um adolescente surdo aprendendo linguagem de sinais, enfatizando o impacto da linguagem no comportamento. Menciona a importância de estudar a linguagem e suas funções, ao invés de tomá-la como garantida.

[00:10:00 a 00:20:00] Nesse corte: O palestrante discute as duas principais correntes de pensamento sobre a linguagem: a representacionalista e a instrumentalista. Explica que a Análise do Comportamento se alinha com a visão instrumentalista, que vê a linguagem como uma ferramenta de comunicação arbitrária, sem relação direta com as coisas que representa. Argumenta que a busca pelo significado intrínseco das palavras é um estudo vão e que a linguagem só existe na relação entre falante e ouvinte. Utiliza a obra “Isto não é um cachimbo” de Magritte para ilustrar a arbitrariedade da linguagem.

[00:20:00 a 00:30:00] Nesse corte: O palestrante define comportamento verbal como um operante social, controlado por consequências mediadas por um ouvinte. Explica que não há relação mecânica entre o comportamento verbal e suas consequências e que o ouvinte responde sob controle de práticas modeladas pela comunidade verbal. Diferencia comportamento verbal de outros operantes sociais e enfatiza que o que controla a fala não é o falante, mas as consequências produzidas pelo ouvinte. Utiliza o exemplo de um terapeuta dizendo “uhum” para ilustrar como a fala do paciente é reforçada.

[00:30:00 a 00:40:00] Nesse corte: O palestrante explica os diferentes tipos de operantes verbais definidos por Skinner: mandos, tatos, intraverbais e autoclíticos, detalhando seus locos de controle e exemplos. Ressalta a importância desses conceitos para a clínica, especialmente para ajudar pacientes a expandirem seu repertório verbal e descreverem suas emoções com mais precisão. Aborda também os tatos impuros e os mandos disfarçados, ilustrando com exemplos de interações terapêuticas.

[00:40:00 a 00:50:00] Nesse corte: O palestrante discute a importância de compreender as funções da linguagem na terapia, ao invés de se ater apenas ao conteúdo verbalizado. Apresenta exemplos de como a busca pelo significado literal das palavras pode levar a equívocos na clínica. Propõe perguntas-chave para auxiliar na análise funcional da linguagem do paciente, como “Para quem o paciente fala dessa forma?” e “O que acontece quando ele fala assim?”. Compartilha uma experiência pessoal sobre como a forma de se comunicar pode causar desconforto em professores.

[00:50:00 a 01:00:00] Nesse corte: O palestrante discute a ilusão de causalidade da linguagem, a ideia de que falar tem poder sobre o mundo. Explica que essa ilusão surge da contiguidade entre a fala e as consequências, mas que na realidade, a linguagem não produz as coisas diretamente. Argumenta que tendemos a fazer pedidos a pessoas que provavelmente irão atendê-los, o que reforça a ilusão de que a fala tem poder. Utiliza o exemplo de mendigos para ilustrar que se a linguagem tivesse poder causal, eles seriam ricos.

[01:00:00 a 01:10:00] Nesse corte: O palestrante relaciona a ilusão de causalidade da linguagem com a experiência clínica, mostrando como pacientes se prendem a padrões verbais que não correspondem às suas ações. Apresenta um exemplo de paciente que reclama de seus comportamentos indesejados, mas continua a repeti-los. Analisa esse discurso à luz da Análise do Comportamento, mostrando como a fala do paciente é controlada por seu grupo social e não pelas consequências de suas ações.

[01:10:00 a 01:20:00] Nesse corte: O palestrante conclui a aula, reforçando a ideia de que a terapia é um ciclo de repetição da ilusão de causalidade da linguagem. Responde a perguntas da audiência sobre comportamento verbal, ironia como autoclítico e a pertinência de descrever as esquivas do paciente na terapia. Finaliza agradecendo a participação do público e convidando para a próxima aula sobre pensamentos.

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