Esse vídeo fala sobre a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), a terceira de uma série de terapias abordadas pelo apresentador. A ACT, baseada nos princípios do behaviorismo, foca na aceitação do sofrimento inerente à vida e no compromisso com valores pessoais para alcançar uma vida significativa. O vídeo explora os conceitos de rigidez comportamental, a busca incessante pela felicidade como uma ilusão, e a importância da flexibilidade psicológica. A difusão cognitiva, a capacidade de observar os pensamentos sem se fundir a eles, é apresentada como uma ferramenta crucial. O vídeo também aborda a identificação de valores pessoais e como eles guiam as ações, além de apresentar uma matriz para auxiliar na prática da ACT. O apresentador discute a importância de se concentrar na construção de novos repertórios comportamentais, em vez de apenas analisar o sofrimento. Ele reforça que a ACT visa promover a aceitação de si mesmo e do paciente, e construir uma vida com amor, relações honestas e aceitação radical.
[00:00:00 a 00:10:00] Nesse corte: O apresentador inicia a live, verifica se a audiência o escuta e anuncia o tema da aula: Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Ele menciona um edital do CRPDF para psicólogos voluntários atuarem em situações de crise devido à pandemia e recomenda a inscrição. Relembra brevemente as terapias discutidas na aula anterior (DBT e FAP) e introduz a ACT, destacando seus pilares: aceitação e compromisso.
[00:10:00 a 00:20:00] Nesse corte: O apresentador explica a ACT como uma terapia que vê as vivências humanas como processos aprendidos, incluindo o sofrimento. Ele argumenta que a busca por uma vida sem sofrimento é inútil e nos afasta do que realmente importa. Usando a frase de Stephen Hayes como exemplo, ele enfatiza que o compromisso transforma a dor em propósito, e o objetivo da ACT é auxiliar os pacientes a viverem vidas significativas. Ele discute a importância de compreender o que é realmente significativo para o paciente, indo além da fala superficial e buscando o significado subjacente.
[00:20:00 a 00:30:00] Nesse corte: O apresentador introduz o livro “Get Out of Your Mind & Into Your Life” de Hayes, Strosahl e Wilson como uma referência essencial para a ACT. Ele discute as “quatro grandes mentiras” que a sociedade nos conta: a busca pela felicidade como um fim em si mesma, a ideia de que pensar resolve todos os problemas, que evitar o sofrimento é possível e desejável, e que atingir objetivos traz felicidade duradoura. Ele argumenta que essas crenças levam ao afastamento de uma vida significativa.
[00:30:00 a 00:40:00] Nesse corte: O apresentador define rigidez comportamental, vinculando-a ao conceito de comportamento governado por regras. Ele explica que a rigidez surge do excesso de foco em regras e consequências sociais, em detrimento das consequências naturais das ações. Ele usa exemplos como o uso excessivo de guarda-chuva e a rigidez na criação dos filhos para ilustrar como a rigidez comportamental prejudica a flexibilidade e a percepção das consequências reais.
[00:40:00 a 00:50:00] Nesse corte: O apresentador continua a discussão sobre rigidez comportamental, explicando como ela leva à diminuição da variabilidade comportamental, dificuldade de adaptação, pensamentos depreciativos, fatalismo e dificuldade em iniciar ações. Ele compartilha uma experiência pessoal sobre a influência das regras impostas por seu pai e como a difusão cognitiva o ajudou a se libertar dessas regras. O objetivo da ACT, segundo ele, é promover a flexibilidade psicológica, permitindo que os pacientes respondam a situações com base em seus valores, e não em regras aprendidas.
[00:50:00 a 01:00:00] Nesse corte: O apresentador discute a importância da difusão cognitiva na ACT, ou seja, a capacidade de observar os pensamentos sem se fundir a eles. Ele usa o exemplo de sentir raiva sem agir com base nela, e enfatiza a importância de deixar os pensamentos irem e virem sem lutar contra eles. A ACT busca ajudar os pacientes a agirem de acordo com o que funciona, em vez de buscar verdades absolutas. Ele explica como a fusão cognitiva dificulta a separação entre pensamento, sentimento e ação.
[01:00:00 a 01:10:00] Nesse corte: O apresentador explica como identificar os valores dos pacientes na clínica, utilizando exemplos como a mensagem na lápide, o que os amigos diriam no velório, e o que a família diria em um aniversário de 100 anos. Ele ressalta que os valores não são objetos ou metas, mas qualidades que dão significado à vida e que nunca são plenamente alcançados. Os valores, segundo ele, são guias, não destinos.
[01:10:00 a 01:20:00] Nesse corte: O palestrante reforça que os valores são qualidades, não ações isoladas, e que uma mesma ação pode aproximar ou afastar dos valores dependendo do contexto. Ele usa o exemplo de ensinar um filho a falar ou andar de bicicleta, mostrando como a adequação da ação muda com o tempo. A flexibilidade psicológica, segundo ele, é a chave para encontrar novas formas de buscar os valores. Ele apresenta uma matriz de flexibilidade psicológica desenvolvida por Kevin Polk, explicando como utilizá-la na prática clínica.
[01:20:00 a 01:30:00] Nesse corte: O apresentador detalha o uso da matriz de flexibilidade psicológica, usando o exemplo do valor “família”. Ele demonstra como preencher a matriz com os pensamentos, sentimentos e ações do paciente, identificando o “ciclo da merda” que o afasta de seus valores. Ele destaca a dificuldade dos pacientes em identificar ações que os aproximam do que desejam e a importância de ajudá-los a preencher essa lacuna.
[01:30:00 a 01:40:00] Nesse corte: O apresentador finaliza a aula, reforçando a importância da construção de novos repertórios comportamentais e da aceitação radical. Ele responde a perguntas da audiência sobre a eficácia da ACT para diferentes transtornos, citando o site da Divisão 12 da APA como referência para tratamentos baseados em evidências. Ele se despede e convida a audiência para a próxima aula sobre comportamentos conscientes e inconscientes.